Artigos › 05/09/2018

Relações fraternas

O sentido verdadeiro da vida humana está fundamentado na capacidade de relacionamento realizado pelas pessoas no contexto de sua vida cotidiana. Muito mais quando cada indivíduo tem consciência de que a sua existência, além de ser um dom, é uma grande benção. O aspecto social próprio de todo ser humano habilita as pessoas para uma convivência e um relacionamento feliz e fraterno.

Essa relação fraterna na convivência se eterniza na relação com Deus, fazendo com que o amor provoque capacidade de doação e de encontros com laços bem concretos. É justamente desse clima livre e consciente que as pessoas conseguem experimentar, “na pele” a verdadeira felicidade. Significa um amor fecundo, aquele que consegue superar todo tipo de egoísmo e individualismo.

A vida humana quando é assumida com responsabilidade e administrada com bons relacionamentos, ela consegue proporcionar inúmeras situações maravilhosas de alegria e serenidade. É muito bom viver, mas viver construindo sempre esperança, vida nova com dignidade e a pessoa sendo bem vista pelos de seu tempo. Os maus relacionamentos desautorizam uma vida feliz e saudável.

Na história das comunidades nós encontramos pessoas que foram modelos de convivência. O exemplo da vida de Jesus Cristo foi marcante. Para Ele todos eram valorizados como pessoas. Não fazia distinção entre os pobres e os ricos, apesar de chamar a atenção dos ricos e de ter um carinho todo especial e comprometedor com os pobres, os deficientes e os abandonados de seu tempo.

Devemos entender a boa convivência, as relações fraternas, que normalmente deixam marcas para a posteridade, como fruto da honestidade em relação ao outro. Faltando essa prática as pessoas ficam inseguras e com o futuro ameaçado. Na dimensão de Brasil, o país vive a grave crise da insegurança, da desconfiança, porque a violência está presente em todos os ambientes da sociedade.

Nas relações humanas e na convivência comunitária, que deve expressar também uma relação com Deus, é improdutivo fazer acepção e separar as pessoas. É o que vemos na Carta de São Tiago, quando ele cita textos bíblicos falando que Deus não age dessa forma, com discriminação (cf. Dt 10,17; Rm 2,11). O encontro com Deus dá sentido à nossa vida e aos nossos valores fundamentais.

Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG) (Via CNBB

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