Artigos, Destaques › 20/08/2016

Assunção de Nossa Senhora: a certeza do Reino de Deus

Assunção de Nossa Senhora ao Céu Artigo Marco RaphaelPor Marco Raphael, seminarista da Arquidiocese de Botucatu.

A Igreja celebra solenemente no dia 15 de agosto, e no Brasil no domingo que o segue, o dogma da “Assunção de Nossa Senhora ao Céu”, ou seja, como proclamado pelo Santo Padre o Papa Pio XII na Constituição Dogmática Lumem gentium, 59: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial.”

Segundo a tradição católica desde o cristianismo primitivo, a Virgem Maria, mãe de Deus foi elevada aos céus pelos anjos, e coroada por seu filho Jesus, como rainha do céu e da terra. A Liturgia da Solenidade da Assunção nos apresenta três palavras-chave, como nos apresentou o Papa Francisco em sua homilia, em 15 de agosto de 2013: luta, ressurreição e esperança.

A luta

A passagem do livro do Apocalipse apresenta a luta entre a mulher e o dragão, e reflete a luta da Igreja contra todo o mal presente no mundo, e esta luta que todos nós temos que enfrentar conta com a presença materna e protetora de Maria, que cumpre a profecia bíblica encontrada no Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela”. Maria tendo entrado na glória do céu, não se afasta da humanidade, mas diante da presença de Deus, nos sustenta no combate contra as forças do mal e acima de tudo nos ensina a vencer as batalhas da vida através da confiança em Deus.

A Ressurreição

Na segunda leitura vemos a certeza da Ressurreição, fundamento da nossa fé, “se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria a nossa fé” (cf. 1 Cor 15), também o mistério da Assunção passa por essa certeza de que Cristo Ressuscitou, vive e reina para sempre. A leitura nos apresenta Cristo como o primeiro a ressuscitar dos mortos, e depois os que pertencem a Cristo, essa ligação à Assunção da Virgem Maria se dá por ela em sua vida terrena ter sido totalmente de Deus, podemos dizer com toda a certeza que ninguém mais do que sua santa mãe pertenceu e se entregou aos projetos de Deus como Maria. Maria é então a primeira criatura, o que nos dá a certeza de que também nós um dia estaremos ressuscitados na presença de Deus, como bem rezamos no credo: “Creio na ressurreição da carne, na vida eterna”. O Papa Francisco nos diz que “Maria também sentiu o martírio da cruz: o martírio de seu coração, o martírio da alma. Ela sofreu tanto, no seu coração, enquanto que Jesus sofria na Cruz. Ela viveu a Paixão do Filho até o fundo de sua alma. Ela estava totalmente unida com Ele na morte, e por isso foi-Lhe dado o dom da ressurreição. Cristo como primícias dos Ressuscitados, e Maria como primícias dos redimidos, a primeira daqueles “que pertencem a Cristo”. Ela é nossa Mãe, mas também podemos dizer que é nossa representante, nossa irmã, nossa primeira irmã; Ela é a primeira entre os redimidos que chegou ao Céu.”

A Esperança

A terceira palavra surge do cântico do Magnificat, onde Maria canta as maravilhas de Deus em sua vida, é um cântico de fé e de esperança em “Deus o seu salvador, que olhou para a pequenez de sua serva”, é o cântico da vida, onde apesar das lutas constantes e dos inúmeros desafios, podemos ter a certeza de que o Senhor sempre olha o seu povo. Que possamos neste dia, assim como a Virgem Maria proclamar não com palavras mas como ela o fez em sua caminhada terrestre, proclamar com a vida, que a nossa alma glorifica a Deus porque em Jesus Cristo ele nos salvou. Bem nos diz o Papa Francisco em sua homilia, nós cristãos somos chamado à esperança mesmo diante das cruzes, pois se não há esperança, nós não somos cristãos.

Que nesta belíssima solenidade da Assunção de Nossa Senhora, possamos ter nossos olhos fitos para o alto, para Deus, e em seu Reino de Amor, que se inicia nesta vida, e nos unirmos à Igreja Triunfante, para onde peregrinamos, para que um dia junto à Virgem Maria poderemos louvar, cantar e adorar o Senhor por tudo aquilo que Ele em sua infinita misericórdia fez em nossa vida.

Artigo escrito baseado na homilia do Papa Francisco sobre a Assunção de Nossa Senhora ao Céu em 15 de agosto de 2013.

 

 

 

 

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