Mensagem de Dom Maurício sobre a Campanha da Fraternidade 2016

CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2016

 

TEMA: CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE!

L EMA: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca.” Amós, 5,24.

 

CFE 2016  A Campanha da Fraternidade surgiu no Brasil em 1963 com a intenção de favorecer a vivência eclesial da Quaresma. É um chamado à conversão social daqueles pecados pelos quais todos somos responsáveis. É um chamado a assumir comunitariamente compromissos concretos no sentido de um mundo mais justo e fraterno. Somos todos convidados a lutar por políticas públicas que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum: o planeta.

Assim, a cada ano a CF propõe uma motivação comunitária para a conversão e a mudança de vida. Em 2016, a CF nos apresenta o grave problema da falta de saneamento básico para metade da população brasileira. A CF deste ano parte do seguinte tema: CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE. Ela afeta os governantes de todos os níveis e toda a sociedade. Todos somos chamados a nos mobilizar, a partir do lugar em que vivemos, e a tomar iniciativas  em que se unam as entidades da sociedade civil, o poder público, as Igrejas, as diversas expressões religiosas e todas as pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico.

“O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental.” (Papa Francisco).

A CF deste ano – a exemplo daquelas dos anos 2000, 2005 e 2010 –  é ecumênica. Significa que as Igrejas que compõem o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC – participam ativamente de todas as etapas, desde a preparação do Texto Base até a escolha e realização das ações concretas. Isso se deu porque o movimento ecumênico está marcado pela ação e pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikumene) justa, sustentável e habitável para todos os seres vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas que causam e legitimam vários tipos de exclusão: econômica, ambiental, social, racial e étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade de mulheres e homens.

É uma alegria compartilhar ainda que nessa CF Ecumênica, além das cinco igrejas que integram o CONIC, somaram forças também: a Aliança de Batistas do Brasil, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular e a Visão Mundial. Outra novidade é que a quarta CF Ecumênica tornou-se internacional, porque a MISEREOR, organização dos bispos católicos alemães para a cooperação e desenvolvimento, integrou-se nesse mutirão. Nossa Oração e desejo é que mais igrejas e religiões entrem nessa caminhada.

Com essa CFE colocamo-nos em sintonia com o Conselho Mundial de Igrejas e também com o Papa Francisco. Ambos têm chamado a atenção para o fato de que o atual modelo de desenvolvimento está ameaçando a vida do planeta e o digno sustento de milhões de pessoas, em especial as mais pobres. É um modelo que destrói a biodiversidade. A perspectiva ecumênica aponta para a necessidade de união das igrejas diante dessa questão. Nossa Casa Comum está sendo ameaçada. Não podemos, portanto, ficar calados. Deus nos convoca para cuidar da sua criação. Promover a justiça climática, assumir nossas responsabilidades pelo cuidado com a Casa Comum e denunciar os pecados que ameaçam a vida no planeta.

OBJETIVO GERAL DA  CFE  2016

Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Unir igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico;

Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;

Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente a água;

Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;

Acompanhar a elaboração e a execução dos Planos Municipais de Saneamento Básico;

Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço em conjunto;

Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles dever ser política pública como obrigação do Estado;

Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.

 

Dom Maurício Grotto de Camargo

Arcebispo Metropolitano de Botucatu

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