Artigos › 17/03/2020

O coronavírus e a ruptura na sociabilidade

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Para uns, o indivíduo é tudo e a sociedade, nada. Para outros, a sociedade é tudo, e o indivíduo, nada.

Os primeiros são chamados individualistas. E os segundos, holistas.

O individualismo levado ao extremo alimenta o comportamento antissocial.

Já o holismo levado ao extremo alimenta o desprezo do indivíduo.

Nenhuma das duas concepções nos serve para enfrentar o drama da ruptura na sociabilidade causado pelo coronavírus.

Cuidado, portanto, com os dois extremos.

O individualista pensará que pode sair dessa sozinho. Mas não pode.

E o holista pensará que não importam as pessoas que a “mãe natureza” levar nessa doença. Mas elas importam.

A sociabilidade humana é a colaboração mútua entre os indivíduos.

Temos de continuar colaborando uns com os outros, pois só assim sairemos dessa emergência sanitária o mais rápido possível.

É triste ver as imagens das lindas praças europeias vazias. É triste ver os jogos cancelados. É triste – e assustador – ver as ruas vazias.

Mas para conter o alastramento do coronavírus, tivemos de limitar a nossa sociabilidade. Ou melhor, estamos tendo de aprender a desenvolver novas formas de sociabilidade.

Agora já não podemos – temporariamente, claro – levar nossos filhos à escola. Não podemos frequentar aglomerações, não podemos apertar as mãos e nos abraçar.

Temos de manter distância uns dos outros. É um protocolo simples e eficaz. Faz parte desse novo modo de sociabilidade. É passageiro.

Que nestas semanas de acirramento do combate ao coronavírus, sejamos “individualistas” apenas no sentido de cuidar da nossa saúde e da saúde dos que nos cercam, não deixando que o vírus se alastre.

E sejamos “holistas” apenas na esperança de que em breve tudo passará.

Mas que em nenhum momento achemos que é cada um por si. E que de forma alguma desprezemos a vida dos outros, especialmente daqueles que já sofrem limitações e dificuldades.

E que após essa emergência, saibamos dar mais valor aos momentos em que estamos juntos, independente de nos conhecermos ou não. É bom poder estar ao lado uns dos outros nas ruas, nas praças e nas cidades.

É boa a proximidade de um olhar.

E, melhor ainda, um aperto de mão.

Pois cada aperto de mão voltará a ser a imagem do pacto que firmamos juntos, mesmo sem ter assinado qualquer documento sobre isso.

O pacto de que precisamos uns dos outros. E colaboramos uns com os outros. E continuaremos a fazê-lo; sim, continuaremos.

Via Aleteia

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