Artigos › 19/11/2018

Obra completa

Todas as gerações de cristãos assistiram anúncios a respeito do fim do mundo, inclusive com muita gente pretendendo converter os outros através de ameaças, com pífios resultados. Pois passa o medo e a vida volta ou até normal ou até piora. Conversão verdadeira só pode partir de uma mudança profunda no coração. “Aprendei da figueira a lição: quando seus ramos vicejam e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer estas coisas, ficai sabendo que está próximo, às portas. Em verdade vos digo: esta geração não passará até que tudo isso aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Ora, quanto àquele dia ou hora, ninguém tem conhecimento, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho. Só o Pai (Mc 13,24-32).

Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Se as suas são palavras de vida eterna, é conveniente para todos nós apegar-nos ao que não passa. Viver o Evangelho de Jesus, colocá-lo em prática a cada dia. E todas as suas palavras podem ser resumidas no amor a Deus, raiz da árvore de nossa vida, e nos ramos, flores e frutos, o amor ao próximo como nos amou, trazendo o Céu à terra. E não existe ocasião mais propícia do que cada momento presente. De fato, preenchendo de amor a Deus e ao próximo cada minuto da vida, Deus recolhe tudo para dar valor de eternidade.

Durante os últimos meses. Os acontecimentos sociais e políticos acirraram violentamente os nervos das pessoas suscitando inimizades e ódio. Temos ainda muito a aprender para chegar à maturidade política na qual o contraditório pode ajudar na compreensão de outros aspectos dos temas propostos às necessárias análises, sem que transformemos adversários políticos em inimigos, e são conhecidas no Brasil histórias de gerações que se eliminam por reciprocamente por décadas.

A tarefa agora cabe a nós, cristãos, de mais uma vez reconstruir os laços desfeitos, derrubando os muros de ódio que se ergueram. Mas há outras tarefas de reconstrução a serem assumidas. Basta pensar na terrível onda de insegurança e violência institucionaliza que se instalou e a tentação de responder a ela com mais armas e violência. Somente educação e educação para a paz podem ser resposta adequada!

Deus nos dá sinais para continuar a obra que ele mesmo começou, mas não quer realizá-la sem a nossa participação.

Rezemos: Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Amém.

Por Dom Alberto Taveira Corrêa – Arcebispo de Belém do Pará, via CNBB

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