Artigos › 29/03/2019

Preciso voltar a rezar!

Tenho refletido nestes últimos dias o que de fato está acontecendo com muitos de nós, com muitas de nossas Comunidades, paróquias e grupos de oração, que parecem que aos poucos começaram a entrar num certo tipo de Esfriamento Espiritual. Já não mais rezam como rezavam no início, já não partilham e colocam tudo em comum como colocavam, as reuniões carismáticas de oração se tornou um verdadeiro grupo de cantos, no qual não vemos e experimentamos a presença do Espírito, não mais vemos os dons sendo exercidos como eram antigamente…

Parece que a dificuldade em rezar se acentuou nas pessoas, e que somente aquele breve momento de oração antes de dormir se tornou suficiente para a pessoa dizer que esteve com Deus, e que naquele dia conseguiu rezar…Parece que por vezes o entendimento da misericórdia de Deus se tornou apoio para rezarmos pouco; “afinal de contas Deus é Misericordioso e sabe que não conseguimos rezar hoje…” – Geralmente essa tem sido as nossas desculpas.

Quando programamos um determinado tempo para rezar parece que a nossa oração não avança, parece que a nossa cabeça está tão cheia de coisas que “patinamos na oração“. Algumas pessoas são ainda capazes de dizer que coisas deste tipo acontecem porque na verdade estamos amadurecendo em nossa vida de oração, estamos progredindo e por isso não vamos sentir o entusiasmo do começo, o fervor dos inícios, pois estas coisas são para os iniciantes. Mas o problema que vejo e que me assusta, é que por vezes, nossa espiritualidade passa mesmo por tempos de “secura”, tempos de deserto, que nos ajudam a amadurecer; mas o que muitas pessoas estão vivendo é na verdade um ESFRIAMENTO ESPIRITUAL achando que estão vivendo um tempo de deserto…

Existe uma grande diferença entre ESFRIAMENTO e DESERTO.

O papa Bento XVI escreveu que a experiência de deserto e vazio nos ajuda a “redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida”. Com isso entendo que após um período de DESERTO, a pessoa logo voltará a experimentar a graça do que é ser de Deus, e assim a sua vida de oração terá novos e bons frutos… Mas não é isso que tenho visto, e nem é isso o que as pessoas tem partilhado comigo.

Existe até mesmo um grande desejo de ser de Deus, de fazer a vontade Dele; mas é como se a pessoa não conseguisse se mover, não conseguisse avançar; e mesmo sabendo que é preciso rezar, a pessoa não reza! E se reza, reza pouco achando que fez o suficiente!
Já não vemos mais nossos grupos de oração cheios como eram! E muitos dizem que é porque cresceram muito os grupos de oração e as pessoas se espalharam; mas vejo que se espalharam tanto que não conseguimos nem mais achá – las, porque os grupos de oração tem estado vazios, as equipes dos grupos não mais existem direito, e quando ainda tentam se reunir sempre tem aquela pessoa que parece que gosta de colocar um fardo e começa a dar palpites, do tipo que: não precisam se reunir toda a semana, que não precisam rezarem juntos, e ainda jogam a responsabilidade – que na verdade é por causa da preguiça espiritual deles – em Deus, dizendo que Deus escuta a cada um de suas próprias casas e que a equipe pode rezar sem precisarem se reunir….Oh boca infeliz!!!

Quando as coisas começam a se tornar muito burocráticas, e aqui não estou falando de ORGANIZAÇÃO, estou falando de burocracia, na qual quando uma pessoa que esta sendo chamada por Deus para partilhar a Palavra para os irmãos, se colocar à serviço, rezar na intercessão, vem uns e outros dizer que ela não pode, porque precisa passar por 2 meses de curso interno, fazer 12 apostilas, e ficar acompanhando 1 ano quem esta à frente da equipe para ela aprender, e só depois ela pode começar a servir, um grande absurdo! E vocês acham que estas coisas não acontecem?!

Meu irmão e minha irmã, a verdadeira renovação só pode acontecer individualmente ou em grupo se existir a força da Oração! Sem Oração não existirá um avivamento dos dons, dos carismas, não haverá uma renovação em sua vida e nem na vida da sua família! Deus é Deus, Ele não se deixa enganar! Não tente fingir para Deus que você tem rezado! Ele conhece você, e como você tem caminhando…E não basta dizer que Deus conhece o seu coração, porque desejo de mudança não converte ninguém! O desejo de mudança regado pela oração ai sim faz toda a diferença!

No nosso Catecismo ( Catecismo da Igreja Católica ) existem palavras vivas, cheias da sabedoria do céu e da igreja, que nos ensina o caminho que precisamos seguir!

No numero 2697 o CIC nos diz: “A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento. Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo.“

Isso é uma grande verdade! Nos encontramos com Deus, recebemos do Seu amor e do Seu perdão, Deus nos deu um novo coração e sabemos mesmo que recebemos um novo coração de Deus! Somente que a vida que foi depositada neste novo coração vai aos poucos ficando sufocada, aos poucos este coração vai ficando pesado, parece que a vida deste coração novo que nos foi dado vai passando por uma agonia, até chegar a morte desse coração novo!

E por que isso acontece?

“A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento.“ Exatamente porque não rezamos! Porque não priorizamos Deus, as coisas de Deus, os momentos de estar com Deus! O coração novo só será novo sempre, se, eu e você, mantivermos nossa vida de oração; porque é somente por meio da oração que nos encontramos com Deus! Meu irmão e minha irmã NÃO há outro caminho sem ser a oração! Mas por vezes até começamos bem o nosso caminho, mas com o passar do tempo o que de fato acontece conosco que vamos desanimando?? O CIC também nos ajuda a entender o que acontece: “Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo.“, e novamente vamos deixando de priorizar Deus!

O Catecismo, nos ilumina ainda mais quando diz: “É preciso se lembrar de Deus com mais freqüência do que se respira”. Mas não se pode orar “sempre”, se não se reza em certos momentos, por decisão própria…” (CIC 2697)

Meu Deus quanta VIDA há neste trecho! Olha o que o CIC nos ensina: “Mas não se pode orar “sempre”, se não se reza em certos momentos, por decisão própria…”

Você e eu não seremos homens e mulheres que estamos em constante oração se nós não PARARMOS em certos momentos para REZAR! Não podemos entrar nas atividades que nos consomem em nosso dia a dia se não pararmos por vezes para rezarmos, e ainda de preferencia a sós, você e Deus! Mesmo que as suas atividades sejam muitas e sejam para a evangelização, se você não PARAR para REZAR em certos momentos, você não conseguirá ser uma pessoa que se pode dizer que reza sempre!

Eu, como missionário da Comunidade Canção Nova, trabalho 100% para a Evangelização, se eu não parar para REZAR em certos momentos, eu não estarei rezando com a minha vida! Padre Jonas Abib é o nosso maior exemplo de um homem que trabalha muito e muito mesmo; mas não deixa NUNCA de rezar! Mesmo com sua idade avançada, e mesmo que não tenha o mesmo vigor físico que há 10 anos atrás, lá está o meu querido Padre Jonas rezando, rezando….

Padre Jonas entendeu e nos ensina em sua própria vida que: ” A oração é a vida do coração novo e deve nos animar a cada momento.”

Portanto, se você por qualquer motivo que seja está desanimado, está percebendo que você tem se tornado frio espiritualmente, se você percebeu que seu grupo de oração já não tem mais o ânimo e nem as experiências do Espírito na qual tinham no passado; é o momento da Oração na vida de vocês! É o momento de PARAR e se programar como daqui para frente você conduzirá a sua vida de oração com Deus, ou a vida de oração do seu grupo, da sua pastoral…É o momento de rezar de verdade!

Me desculpe se me delonguei nesta partilha, mas meu coração anseia pelo AVIVAMENTO, meu coração anseia pelo Espírito Santo; e sei que isso só acontecerá se voltarmos a Rezar!

Com isso aprendi que um dos primeiros pontos deste ESFRIAMENTO ESPIRITUAL que percebo que estamos vivendo, é consequência da falta de Oração! Voltemos a rezar, nos empenhemos! Certamente os frutos logo virão!

Oremos:

Enviai Senhor sobre nós o Vosso Espírito Santo, e renovai a face de toda a terra!

Deus abençoe você!

Por Danilo Gesualdo, via Livres de Todo Mal

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