Natal do Senhor – Quarta-feira
Leitura do livro do profeta Isaías – O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. Pois o jugo que oprimia o povo – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais –, tu os abateste como na jornada de Madiã. Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz. Grande será o seu reino, e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar, em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar essas coisas. – Palavra do Senhor.
Hoje nasceu para nós / o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! / Cantai e bendizei seu santo nome! – R.
2. Dia após dia anunciai sua salvação, † manifestai a sua glória entre as nações / e, entre os povos do universo, seus prodígios! – R.
3. O céu se rejubile e exulte a terra, / aplauda o mar com o que vive em suas águas; / os campos com seus frutos rejubilem, / e exultem as florestas e as matas. – R.
4. Na presença do Senhor, pois ele vem, / porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça, / e os povos julgará com lealdade. – R.
Leitura da carta de são Paulo a Tito – Caríssimo, a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem. – Palavra do Senhor.
O relato do evangelho na missa da noite de Natal inicia com um enquadramento histórico, procura situar no tempo e no espaço o nascimento do Filho de Deus. Não é, porém, um relato histórico, e sim uma leitura teológica da história da salvação. José e Maria, conforme determinação do imperador Augusto, se dirigem a Belém, cidade de Davi e de José, para se registrarem. Enquanto estavam lá, Maria dá à luz seu filho. Jesus não nasce em Jerusalém, cidade do poder e dos poderosos, mas em Belém, aldeia insignificante dos pequenos. Lá é colocado numa manjedoura, pois não havia lugar para ele na casa. Os pastores, pessoas rudes e desprezadas, são os primeiros a receber e acolher a Boa Notícia do Salvador da humanidade. A salvação não vem do poder central (Augusto) e da capital (Roma), mas nasce no meio do povo sofrido e desprezado (pastores) e da aldeia (Belém). Portanto, nesse relato do nascimento de Jesus não tem nada de romantismo. A salvação que vem de Deus, por meio de Jesus, é para todos, mas começa pela periferia, pelos pobres e desprezados. Celebrando o Natal, juntemos nossa voz ao coro celestial e, juntos, cantemos “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos que ele ama”.