Artigos › 15/06/2020

Nas provações ver a mão de Deus

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Em meio às provações, procurarei enxergar a amorosa mão de Deus. Nada é tão duradouro como o sofrimento; ele sempre acompanha fielmente a alma. Ó Jesus, não permitirei que alguém me ultrapasse no amor por vós (D. 227).

Esta é uma graça que precisamos pedir para nós: ver no meio das provações a amorosa mão de Deus, e não vermos na provação, que o Senhor permite que nos aconteça, uma desgraça, algo que nos leve à murmuração, às queixas, mas uma ocasião única de crescimento.

Ouvi de um professor certa vez: “hoje estou sendo exigente com vocês, e vocês, com certeza, não me prezam tanto. Mais tarde, vocês me agradecerão por ter sido tão exigente com vocês”.

As provações nos amadurecem

De fato, naqueles dias em que, como seminarista, estudava e via aquele professor sempre tão exigente, eu sentia uma certa repulsa por ele, pois, pensava eu, que ele poderia facilitar a vida para nós. Engano meu. A gente se engana muitas vezes e, desta vez, sou obrigado a confessar: “Eu me enganei”. Hoje, olhando para trás, sou muito agradecido a esse professor, e agradeço a Deus por ele ter sido tão exigente comigo, pois, somente assim eu pude aprender tantas coisas que de outra forma não conseguiria.

Olhando ainda para mais atrás da minha vida, para a minha infância olhando para a severidade com que fui educado pelos meus pais, hoje, agradeço a Deus pelos meus pais terem sido firmes comigo, pois isso me ajuda evitar a cometer muitos erros. É assim: Deus me educou através da provação. Passando por muitas provações, graças a Deus, consegui alcançar a graça da maturidade que não conseguiria de outra forma. Bendito seja Deus! É assim que precisamos encarar as provações: ver, em cada uma delas, a amorosa mão de Deus que quer nos educar.

Não podemos ver as provações como maldição

No momento em que você está vivendo a provação, você não consegue enxergar a bênção que Deus está te concedendo. Mais tarde você compreenderá. Nada é tão duradouro como o sofrimento: não se assuste; o sofrimento é duradouro somente nesta vida. Não temos como evitá-lo, mas não devemos provocá-lo. Todos os dias, o sofrimento tem um encontro marcado conosco. Não nos iludamos, é impossível enquanto estivermos no nosso corpo mortal fugirmos do sofrimento. Parar de sofrer aqui é ilusão; não podemos ver as provações como uma maldição, mas como uma bênção, pois Deus escolheu o sofrimento da Cruz para o Seu próprio Filho, permitindo que Ele na cruz morresse para nos salvar. Dessa forma, Jesus se identifica com aquele que sofre.

“O sofrimento nos acompanha sempre: na infância, na adolescência, na juventude, na idade adulta, na velhice. Sempre nos acompanha”, é o que afirma Santa Faustina.

Ele sempre acompanha fielmente a alma. Ó Jesus, não permitirei que alguém me ultrapasse no amor por vós.

É isto: o sofrimento foi a forma que Jesus escolheu para nos salvar. Ele nos deu a maior prova de amor sobre a cruz, como diz a canção: “Foi no Calvário, que Ele sem falar, mostrou ao mundo inteiro, o que é amar”… Há momentos em que as palavras, as suas, as minhas não resolvem. Mas os gestos de Jesus demonstram amor por nós. Foi no Calvário, no meio da maior dor, que Ele sem falar, mostrou ao mundo inteiro, o que é amar.

Neste mundo, as desilusões são tantas, mas existe uma esperança, a que Ele vai voltar. E é somente quando Ele voltar que o sofrimento vai acabar. Até lá, precisamos, assim como Santa Faustina, amar o sofrimento por Jesus. Não o sofrimento pelo sofrimento, mas por Jesus. E, então, encontraremos uma paz que ninguém jamais poderá nos conceder. Façamos a experiência!

Por Padre Antônio de Aguiar Pereira SAC, via Canção Nova

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